PROJETO BWP E LÍNGUA PORTUGUESA | DUAL | 20/12/2018

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Nesse último módulo da Formação Profissional DUAL, nas aulas de Língua Portuguesa, os alunos foram instigados a pesquisar sobre as Olimpíadas do Rio de Janeiro (2016). Além disso, assistiram a palestras com alguns especialistas no assunto. Tais palestras apresentaram temas variados e vinham ao encontro do trabalho feito pelos grupos das duas turmas: Direitos Humanos, Economia, Transporte, Segurança, Meio Ambiente e Urbanismo. Todos os motes  vinculados ao Rio de Janeiro de 2016.

O objetivo principal era que os alunos criassem repertório para  conversar com alunos de uma escola em Bietigheim – Bissingen, Technisches Gymnasium, sobre essa temática.

Além disso, para aprimorar a escrita em Língua Portuguesa, os alunos criaram sites sobre o resultado da pesquisa, por meio do Google Site, Wix, Yola, e escreveram artigos de opinião como avaliação final,  cuja proposta era: “Rio: O legado olímpico”. O produto final participará de um concurso da Alemanha de “Bundeszentrale für politische Bildung” (“Central Federal para a Educação Política”).

O texto abaixo é de autoria da nossa aluna Amanda Zamborlini, do curso de Industrie- und Speditionskaufleute (Administração). Ele mostra de forma sucinta um pouco do resultado desse projeto.

Professora Daniella Barbosa Buttler e Professor Heiko Weinhappl

Rio sem lar

Os jogos olímpicos são um evento mundialmente aclamado e esperado. É responsável por reunir e misturar culturas diferentes e pessoas de todo os cantos do mundo. No ano de 2016, o evento toma forma na cidade brasileira mais conhecida por seu carisma e receptividade, Rio de Janeiro. A cidade maravilhosa, porém, sofreu prejuízos no âmbito social que pouco foram divulgados. Muitos cariocas foram excluídos dos benefícios trazidos pelos jogos e mais uma vez a desigualdade social na cidade aumentou.

Apesar das diversas obras de transporte e infraestrutura que ocorreram para a preparação dos jogos, as melhorias se limitaram a um “corredor” de acesso e saída dos locais onde aconteceram os eventos esportivos. O planejamento urbano não foi planejado para aprimorar o direito de ir e vir dos cidadãos ( direito previsto na Carta da ONU sobre os Direitos Humanos Universais), mas sim como possibilidade de acesso aos turistas e visitantes aos locais dos jogos e de turismo. Como consequência, temos atualmente obras pela cidade inacabadas, como a da Avenida Brasil, e uma abrangência limitada do transporte público de qualidade implementado para os jogos olímpicos e também para a Copa de 2014.

Assim, como já citado anteriormente, grande parte dos cidadãos do Rio de Janeiro foram de certa forma excluídos dos privilégios das obras olímpicas. Para a construção do Parque Olímpico, os arredores e o antigo autódromo do Rio tiveram que ser reformados para contemplar o grande projeto. Entretanto, nesses arredores, viviam muitas famílias há anos e diversas delas precisaram deixar seus lares para que a obra se concretizasse. “Por que eu preciso sair da minha casa para um evento que vai durar 18 dias, se vivo aqui há 20 anos e a comunidade existe há 40? É muito injusto e sabemos que o motivo real não é a Olimpíada”, afirma a jovem Nathalia Silva para o jornal El País ao ser questionada sobre o ocorrido. O local possui apenas 20 famílias moradoras, sendo que em 2014 viviam por volta de 600 famílias. Os moradores que saíram da região foram realocados no complexo urbanístico “Parque Carioca” ou tiveram que morar abrigados em igrejas próximas por terem suas casas demolidas tão rapidamente.

Toda cidade que estiver disposta a receber um evento de tamanha proporção, tem de se atentar aos benefícios tanto sociais quanto econômicos e a serem proporcionados à sua população, sem que haja distinção de classes, nem exclusão de uma parcela tão grande dos cidadãos. Lugares que possuem um cenário parecido com o do Rio de Janeiro, de grande conflito e enorme discrepância entre as classes sociais, têm de se atentar nesse aspecto ainda mais, para que os jogos não se tornem lazer para uns e sofrimento para outros.

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